sexta-feira, 19 de outubro de 2012
"A política alternativa existe e mais cedo que tarde acabará por se impor"
Ao longo deste debate, o Governo e a maioria que, apesar de exausta, ainda o carrega penosamente às costas, mais não fizeram do que repetir até à náusea a enorme mentira em que assenta a sua governação. A mentira de que não há alternativa.
Os senhores do Governo e da maioria podem continuar a caricaturar as nossas propostas. Podem continuar a fugir à discussão séria das nossas propostas, recorrendo a um anticomunismo primário e indigente. Mas a evidência do fracasso da vossa política já se encarregou de demonstrar a fragilidade dos vossos argumentos.
Os governos das últimas décadas conduziram o país à situação desastrosa em que se encontra. Destruíram o aparelho produtivo nacional, promoveram a desindustrialização, abandonaram a agricultura e abateram a frota pesqueira. Em nome de um euro-entusiasmo irresponsável lançaram o país nos braços de uma moeda única baseada em critérios de convergência incumpriveis e tornaram o país refém dos interesses financeiros que controlam as decisões de uma União Europeia ultra-liberal.
E mais uma vez em nome de supostas inevitabilidades, traíram os interesses nacionais nos braços da troika, e aceitaram levar à prática um programa humilhação nacional e de terrorismo social, assente na recessão forçada, no aumento do desemprego, na sobre-exploração dos trabalhadores, na venda ao desbarato do património público, na espoliação fiscal dos trabalhadores, dos reformados e das micro e pequenas empresas (como acontece com o sector da restauração e com as farmácias), no empobrecimento, na desproteção social, numa palavra, num programa de agressão ao povo português.
Tudo isto em nome de supostas inevitabilidades. O PSD e o CDS dizem que a culpa foi do PS. O PS diz que a culpa é do PSD e do CDS. E todos dizem que a culpa é da troika, que não compreende que a recuperação do país não pode ser feita à custa do empobrecimento, da austeridade e da recessão. Mas dizem, tristes e conformados, que não há alternativa.
O Sr. Ministro da Economia descobriu ontem o que já quase todos tinham descoberto antes dele. Que a economia não é recuperável apenas na base da austeridade e que sem crescimento não conseguimos pagar a dívida. Mas não há na política deste Governo a mínima correspondência com essa descoberta. O que caracteriza a política deste Governo é a submissão acéfala à troika, é a recessão, o desemprego e a espoliação dos portugueses. Já quanto ao crescimento económico, o discurso do Sr. Ministro da Economia, (para usar as palavras do seu colega das Finanças), não passa de pantominice.
Senhores membros do Governo, Senhores Deputados subscritores do memorando da troika,
Não nos digam que não há alternativa. Digam antes que a vossa receita falhou e que os Senhores não têm alternativa. È um facto que com a vossa política, não há esperança nem alternativa. O programa de saque dos recursos nacionais às mãos da troika não é cumprível e este caminho não tem outra saída que não seja o desastre económico e social.
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