No país da Europa onde os salários são mais baixos, a nova Lei Laboral vem reduzir os ordenados. No país da Europa onde o horário de trabalho é mais alargado, a nova Lei Laboral vem aumentar a carga horária. Esse país é Portugal, e as acusações são do PCP, feitas esta tarde, no Funchal, pelo deputado na Assembleia da República (AR), Francisco Lopes.
“A responsabilidade é do PSD, mas o CDS, por ter votado a favor, e o PS, por se ter abstido, também assumem este ataque aos trabalhadores”, afirmou o deputado, frisando que estas novas alterações à legislação laboral vão agravar ainda mais a vida dos trabalhadores. Quanto foi aprovado o Pacote Laboral, há uns anos, tínhamos perto de 300 mil desempregados, agora temos um milhão e duzentos mil. “Como é que estas alterações beneficiaram os trabalhadores?”, questionou o deputado, dizendo que a nova Lei vai aumentar o trabalho forçado e gratuito.
Forçado, porque, com a extinção dos feriados, os portugueses vão perder uma semana de descanso por ano. Gratuito, porque horas extraordinárias e outros subsídios serão cortados.
Pior, explica o responsável comunista, que integra a Comissão Parlamentar Especializada da AR que acompanha as alterações à legislação laboral, só mesmo a tentativa de liberalizar o despedimento. Seja terminando com a proibição do despedimento sem justa causa, seja pela redução dos valores de indemnização, seja pelos critérios subjectivos que podem agora ser utilizados para despedir um trabalhador.
“Tudo, culpa do PSD, do CDS e do PS, que tem sido um aliado do governo nestas andanças.” Tudo, sem qualquer argumento ou justificação válida, porque esta lei não tem por objectivo cumprir as metas do déficit, mas sim beneficiar os grandes grupos económicos.