quinta-feira, 23 de maio de 2013

Portas ocultas artigo de opinião de Jorge Cordeiro no Jornal Avante!

Entre o que parece e é, a distância pode ser imensa, mesmo que à força da repetição as queiram fazer iguais. Não será por razão do acaso, má avaliação ou simpatia por uma das partes, que tudo o que domina em matéria de notícia, comentário e análise se resuma ao que alegadamente dividiria Coelho e Portas, PSD e CDS. Percebe-se que assim seja. Enquanto uns polemizam sobre o que cada um dos ditos teria afirmado dentro ou fora do conselho de ministros, outros se entretêm a debater qual dos desmentidos, se o que teve origem para o lado do Largo das Caldas ou do Bairro da Lapa, é mais ou menos credível; e outros ainda teorizam, engolindo cana e anzol, sobre a existência de dois governos num só – o essencial, absorvidos que querem o País amarrado à farsa dos amigos desavindos, vai passando ao lado. Medida após medida, opção após opção, roubo após roubo, nestes dois últimos anos o que marca presença são as responsabilidades comuns de uma maioria e de um governo que une PSD e CDS, por mais que um faça questão em dar a cara e outro seja mais do género de espreitar por detrás da moita.
A verdade que nenhum comentário por mais engenhoso pode iludir é que quando cada um daquele meio milhão dos desempregados a quem foi roubado o subsídio de desemprego olhar para o que não tem, o que verá é, não é apenas a mão de meio governo, a cara de Gaspar ou de Coelho, mas também a de Portas e do ministro Mota Soares que tutela a Segurança Social; quando cada mãe que viu roubado o abono de família olhar, encontrará lá as mãos de Portas e do ministro do CDS; quando cada reformado olhar para a pensão ou a reforma que lhe foi reduzida, lá verá este Portas, o que no Governo lhas rouba, e não aquele que antes se fingia de zeloso guardião dos idosos.
Dito o que de essencial deve ser afirmado, acrescentar-se-á então o que deve ser acrescentado: que no Governo e na sua maioria convivem inevitáveis contradições, não as que radicam em diferenças de opinião ditadas por objectivos de classe distintos, mas sim as que resultam do isolamento social que a luta e o protesto populares têm provocado.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Desemprego escondido

4.861 novos inscritos no desemprego em quatro meses noticia DN

As contas são do PCP e foram apresentadas, nesta manhã, à porta do Instituto de Emprego da Madeira. Nos primeiros quatro meses deste ano, houve 4.861 novas inscrições de desempregados.
Um número de contrasta com a diminuição revelada pelas fontes oficiais. Ricardo Lume não nega a diminuição, mas atribui-a à "campanha do Governo" para disfarçar a realidade do desemprego.
O dirigente do PCP fala concretamente de emigração, da obrigatoriedade dos agricultores se colectarem nas Finanças, dos programas de formação e das exclusões de inscritos quando faltam a uma reunião.
Ricardo Lume diz que a resolução do problema do desemprego passa pelo respeito dos contratos colectivos de trabalho e pela valorização do trabalho, através dos vencimentos. Maior vencimento significa maior poder de compra e, consequentemente, mais emprego.