Este controlo da Portugal Telecom por grandes grupos económicos estrangeiros determinaria que a estratégia da empresa teria em conta cada vez menos os objectivos de crescimento económico equilibrado e sustentado, e de desenvolvimento do nosso país, inserindo-se, cada vez mais, nos objectivos e estratégias dos grupos económicos estrangeiros que o controlam, cujos interesses nada têm a ver com os interesses de Portugal.
De acordo com as próprias palavras Zeinal Brava, o futuro CEO da nova empresa, os investimentos em Portugal serão “ajustados”, porque já estão feitos, e serão relacionados com a procura, o que significa uma paragem dos investimentos e um direcionamento para outras regiões, nomeadamente para o Brasil, em prejuízo do nosso país. Assim, o potencial da Portugal Telecom seria posto ao serviço de outras regiões. Os próprios lucros obtidos poderão ser assim canalizados cada vez mais para o estrangeiro não beneficiando o nosso país. Este acentuar da estratégia da PT para o exterior poderá levar à redução da própria empresa em Portugal com consequências para os seus trabalhadores e para os clientes portugueses da Portugal Telecom.
A diluição da Portugal Telecom no capital estrangeiro ainda se torna mais preocupante numa altura em que os grupos ZON e OPTIMUS, os outros dois grupos mais importantes do sector das telecomunicações, se fundiram e o controlo, por grupos económicos estrangeiros da empresa que resultou da fusão aumentou ainda mais do que já se verificava nas duas anteriores empresas.
A fusão da PT com a OI, e a consequente perda de importância da PT enquanto empresa nacional, compromete o contributo que ela pode e deve dar ao crescimento equilibrado e sustentado do país.
A necessidade de travar esta política e assegurar um Sector Empresarial do Estado ao serviço do povo e do país, exige uma forte participação nas marchas “Por Abril, contra a exploração e o empobrecimento”, no dia 19 de Outubro, em Lisboa e no Porto.
DIF/CGTP-IN
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