Cerca de uma centena de trabalhadores da Tâmega Madeira vão ser dispensados, disse hoje à agência Lusa fonte oficial da OPWAY, empresa que detém a maioria do capital social daquele grupo.
A mesma fonte escusou-se a revelar quando é que o despedimento dos trabalhadores das empresas do grupo Tâmega Madeira vai ocorrer, assim como as razões que levaram a OPWAY a tomar esta medida.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Atividades Metalúrgicas da Madeira, António Gouveia, afirmou que esta "situação já era previsível", pelo que não ficou admirado com a decisão da OPWAY de avançar para o despedimento colectivo.
"A empresa tem para receber muito dinheiro do Governo Regional, de obras feitas há cinco e seis anos que nunca foram pagas e que os administradores não deveriam ter deixado arrastar", declarou António Gouveia, destacando, por outro lado, o facto de o investimento em obras públicas "estar praticamente parado na Madeira", do qual "dependia esta empresa", assim como "outras na região".
Segundo o sindicalista, "é impossível manter os postos de trabalho sem obras".
António Gouveia admitiu, por outro lado, que a "conjuntura económica" na região, a implementar um plano de ajustamento financeiro, está a precipitar o despedimento de trabalhadores, a que acresce a situação do país, "com as empresas a terem dificuldade de recorrerem ao crédito".
Para o responsável, o caso da Tâmega Madeira é, apenas, "a ponta do icebergue", acreditando que casos como o do grupo se vão "multiplicar" no arquipélago.
"O aumento do IVA e dos combustíveis, a partir de abril, como está no plano de ajustamento, vai afundar mais empresas e aumentar o desemprego", advertiu o dirigente.Em Setembro do ano passado o grupo Tâmega Madeira iniciou o despedimento coletivo de 133 trabalhadores, informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Atividades Metalúrgicas.
No dia 23 desse mês, uma centena de funcionários concentrou-se em frente à sede do Governo da Madeira, no Funchal, em protesto contra o atraso no pagamento do salário de agosto e do subsídio de férias.
Antes, a 31 de Agosto, cerca de 400 trabalhadores cumpriram um dia de greve devido ao atraso no pagamento do salário de Julho e, ainda, do subsídio de férias a alguns funcionários.António Gouveia disse que neste momento não existem salários em atraso no grupo Tâmega Madeira.
O desemprego no sector da construção civil e obras públicas atinge números avassaladores. Na Região Autónoma da Madeira, nos dois primeiros meses do ano, mais de três mil trabalhadores ficaram sem emprego e outros tantos são sujeitos a pressões diárias.
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