Ano novo, preços altos
À brutal redução dos rendimentos da grande maioria dos portugueses, em resultado da entrada em vigor do Orçamento do Estado, junta-se neste início de ano o aumento generalizado dos preços de bens e serviços essenciais, acusou na semana passada o PCP.
Numa conferência de imprensa realizada no dia 2 em que participou Jorge Pires, da Comissão Política, o Partido realça que o aumento dos preços não se resume ao que está patente no Orçamento do Estado. Pelo contrário, acusa o Partido, ao mesmo tempo que agrava a exploração dos trabalhadores e reduz os seus rendimentos, o Governo toma uma «opção evidente» de favorecimento dos grupos económicos nacionais e transnacionais, «criando as condições para que estes continuem a ter lucros fabulosos». São disso exemplo sectores como a produção e fornecimento de energia eléctrica, gás, combustíveis, telecomunicações, banca ou a grande distribuição, precisou Jorge Pires.
No caso da Saúde, as taxas moderadoras sofrerão novo aumento, apesar de alguns indicadores confirmarem as dificuldades de acesso de um número crescente de portugueses aos cuidados de saúde, «comprovadamente devido aos custos das taxas moderadoras e da política de racionamento de cuidados». Esta situação, lembrou o dirigente do PCP, está a levar à «degradação dos níveis de saúde da população com custos muito significativos para o País no futuro».
Na energia e telecomunicações, sectores para os quais estão igualmente previstos aumentos significativos, trata-se de garantir aos grupos privados a acumulação de lucros colossais: até ao final do terceiro trimestre de 2012, empresas como a EDP, a REN, a Galp e a PT tiveram lucros superiores a 1240 milhões de euros. Prossegue e intensifica-se assim a «política energética e de telecomunicações completamente subordinada aos interesses dos grupos monopolistas, num quadro marcado pela transferência da propriedade das principais empresas e das infra-estruturas para as mãos de grupos internacionais».
No caso dos transportes, após sucessivos aumentos nos últimos dois anos (entre Dezembro de 2010 e Fevereiro de 2012 o aumento real dos transportes foi entre 25 e 140 por cento), o Governo decide agora um novo aumento, que tem lugar num contexto de «reestruturação das empresas com uma redução clara da oferta e, em muitas situações, da redução da qualidade do transporte».
Portugueses mais pobres
Citando o inquérito às despesas familiares relativo aos anos 2010/2011, publicado recentemente pelo INE, Jorge Pires lembrou que a despesa média por família com a habitação – renda ou prestação da casa, electricidade, gás e água – atingia quase um terço do orçamento familiar e a despesa com transportes 14,5 por cento. Considerando a redução dos rendimentos em 2012 e 2013 e os aumentos de preços nestes dois anos, «podemos concluir que em média uma família portuguesa já gasta em habitação e transportes cerca de 50 por cento do orçamento familiar».
Com esta política, que é parte integrante de um «processo de empobrecimento geral do País», centenas de milhares de portugueses, «impedidos de acederem a bens e serviços de primeira necessidade, serão empurrados para a pobreza e a doença», denunciou Jorge Pires. O membro da Comissão Política acrescentou que «por mais veementes que sejam os apelos à caridade, a solução para tirar o País do rumo de desastre económico e social não passa por aí, mas pela rejeição do pacto de agressão e pela exigência de uma política patriótica e de esquerda».
Como o PCP há muito vem afirmando, salientou o dirigente comunista, «é por servir os interesses da banca e dos grupos económicos que o Governo está a empurrar o País para o abismo», como se comprova pelos «mais de mil e cem milhões de euros de recursos públicos que o Governo anunciou que irá meter no Banif». Isto mostra que «cada euro que está a ser roubado aos trabalhadores e ao povo português tem um só destino: os bolsos dos banqueiros e demais capitalistas que se julgam donos do País».
Jorge Pires reafirmou, a terminar, a determinação do PCP de «tudo fazer para derrotar esta política e este Governo o mais depressa possível».
No caso da Saúde, as taxas moderadoras sofrerão novo aumento, apesar de alguns indicadores confirmarem as dificuldades de acesso de um número crescente de portugueses aos cuidados de saúde, «comprovadamente devido aos custos das taxas moderadoras e da política de racionamento de cuidados». Esta situação, lembrou o dirigente do PCP, está a levar à «degradação dos níveis de saúde da população com custos muito significativos para o País no futuro».
Na energia e telecomunicações, sectores para os quais estão igualmente previstos aumentos significativos, trata-se de garantir aos grupos privados a acumulação de lucros colossais: até ao final do terceiro trimestre de 2012, empresas como a EDP, a REN, a Galp e a PT tiveram lucros superiores a 1240 milhões de euros. Prossegue e intensifica-se assim a «política energética e de telecomunicações completamente subordinada aos interesses dos grupos monopolistas, num quadro marcado pela transferência da propriedade das principais empresas e das infra-estruturas para as mãos de grupos internacionais».
No caso dos transportes, após sucessivos aumentos nos últimos dois anos (entre Dezembro de 2010 e Fevereiro de 2012 o aumento real dos transportes foi entre 25 e 140 por cento), o Governo decide agora um novo aumento, que tem lugar num contexto de «reestruturação das empresas com uma redução clara da oferta e, em muitas situações, da redução da qualidade do transporte».
Portugueses mais pobres
Citando o inquérito às despesas familiares relativo aos anos 2010/2011, publicado recentemente pelo INE, Jorge Pires lembrou que a despesa média por família com a habitação – renda ou prestação da casa, electricidade, gás e água – atingia quase um terço do orçamento familiar e a despesa com transportes 14,5 por cento. Considerando a redução dos rendimentos em 2012 e 2013 e os aumentos de preços nestes dois anos, «podemos concluir que em média uma família portuguesa já gasta em habitação e transportes cerca de 50 por cento do orçamento familiar».
Com esta política, que é parte integrante de um «processo de empobrecimento geral do País», centenas de milhares de portugueses, «impedidos de acederem a bens e serviços de primeira necessidade, serão empurrados para a pobreza e a doença», denunciou Jorge Pires. O membro da Comissão Política acrescentou que «por mais veementes que sejam os apelos à caridade, a solução para tirar o País do rumo de desastre económico e social não passa por aí, mas pela rejeição do pacto de agressão e pela exigência de uma política patriótica e de esquerda».
Como o PCP há muito vem afirmando, salientou o dirigente comunista, «é por servir os interesses da banca e dos grupos económicos que o Governo está a empurrar o País para o abismo», como se comprova pelos «mais de mil e cem milhões de euros de recursos públicos que o Governo anunciou que irá meter no Banif». Isto mostra que «cada euro que está a ser roubado aos trabalhadores e ao povo português tem um só destino: os bolsos dos banqueiros e demais capitalistas que se julgam donos do País».
Jorge Pires reafirmou, a terminar, a determinação do PCP de «tudo fazer para derrotar esta política e este Governo o mais depressa possível».
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