A direcção da corporação dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Brava propôs a todo o pessoal do quadro da unidade (bombeiros e pessoal administrativo) a redução de 10% dos vencimentos e acabar com a gratificação nocturna.
A medida resulta numa tentativa, segundo o presidente da direcção, de conseguir salvar pelo menos 11 dos 34 postos de trabalho e garantir os ordenados sem qualquer atraso. Se assim não for, admitiu, Marcelino Pereira, a direcção não conseguirá cumprir com os prazos fixados.
É olhando com muita preocupação para o lado da despesa que Marcelino Pereira garantiu ao DIÁRIO que o "défice mensal da corporação chega aos 15 mil euros", muito por culpa do número excessivo de pessoal, do aumento do preço dos combustíveis e dos impostos ao Estado. A continuar assim, refere o dirigente a "situação tornar-se-á insustentável", revelou apreensivo.
Neste momento, segundo dados recolhidos, os bombeiros apresentam dois meses de salários em atraso (Março e Abril), exactamente o mesmo período que o Governo Regional tem em falta para com a corporação. Ao invés, os subsídios camarários da Ribeira Brava e Ponta do Sol estão em dia.
Seja como for, a sugestão dos cortes apresentados na passada terça-feira, numa das salas do quartel, com direito a visionamento em suporte digital das possíveis implicações, não caiu bem entre vários elementos dos 34 bombeiros presentes, ficando, no entanto, para ser dada uma resposta final por parte dos bombeiros no dia de hoje num encontro com a direcção.
Comandante não fala
O comandante da corporação prefere não comentar nem fazer qualquer tipo de declaração pública que prejudique os bombeiros. "Esse é um assunto interno que deve ser discutido cá dentro", manifestou.
O comandante da corporação prefere não comentar nem fazer qualquer tipo de declaração pública que prejudique os bombeiros. "Esse é um assunto interno que deve ser discutido cá dentro", manifestou.
Diz a direcção que as receitas não cobrem as despesas. O subsídio governamental é atribuído em função de uma regra (18 bombeiros Ribeira Brava + 5 bombeiros para cobrir a Ponta do Sol), insuficiente, no entender de quem tem por missão gerir a corporação. O contigente chegou aos 34 que entraram sobretudo para cobrir os transportes de doentes que entretanto deixaram de se efectuar devido à entrada em funcionamento da empresa criada para o efeito.
Numa medida mais radical as contas já estão feitas. As indeminizações a pagar aos bombeiros por eventual despedimento situam-se entre os 5 e os 10 mil euros. Todavia, segundo apurámos, nem para pagar essas indeminizações a direcção tem dinheiro. A direcção deixou claro que não pretende enveredar por esse caminho apelando que seja tido em conta a grave situação financeira da corporação.
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