A CDU promoveu esta manhã uma tribuna pública de protesto à entrada do Mercado dos Lavradores, local onde pernoitam alguns sem-abrigo, para apontar baterias aos banqueiros do país.
“Vivemos num país e numa região onde os banqueiros estão primeiros, onde os trabalhadores são tratados como escravos e veja-se: vem aí mais desemprego para a Região”, afirmou Leonel Nunes.
O porta-voz da iniciativa política convidou o administrador do BPI, Fernando Ulrich a primeiro passar a noite com os sem-abrigo e só depois falar, lembrando as declarações do banqueiro que afirmou que se até os indigentes aguentam a crise, também os portugues seriam capazes e ninguém tinha nada a ver com a remuneração de 600 mil euros que aufere por ano.
Atirou-se também ao administrador do BES, Ricardo Espírito Santo. “Esqueceu-se, vejam lá, de fazer uma declaração de 8 milhões e 500 mil euros! É um valor pequeno mas, se fosse um trabalhador que se esqueça de por uma vírgula, apanha logo uma multa”.
A CDU está preocupada com a precariedade laboral e desemprego galopante na Madeira a caminho dos 24 mil, e considerou os salários em atraso “a praga deste milénio”.
Olhando a realidade madeirense, Leonel Nunes, verifica que não há sector que não acuse sinais da crise e culpou Alberto João Jardim pelo estado de sítio. “Este desemprego aumenta, estes salários em atraso acontecem, a esperança perde-se em relação ao futuro e o grande responsável é Governo Regional, o maior caloteiro da Madeira”.
“Não paga aos empresários, não paga à construção civil, não paga ao SESARAM, não paga às Securitas", enumerou. E por isso as empresas são obrigadas a dispensar os trabalhadores”, conclui.
O dirigente comunista torce o nariz às privatizações e reestruturações que o Governo Regional está a preparar para as empresas públicas. Leonel Nunes prevê mais desemprego.
No fim, apelou para que, todos adiram à manifestação no dia 16 de Fevereiro, com concentração na Placa Central do Funchal, a partir das 15 horas.
“Vai estar o professor, vai estar o enfermeiro, vai estar o intelectual, vai estar o sem-abrigo, vais estar o reformado, vamos estar todos no meio da rua a dizer ao país: basta não se aguenta mais!”, afirmou o veterano comunista.
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