No nosso País, e particularmente na nossa Região, os direitos de quem trabalha são constantemente violados e espezinhados. Depois das medidas impostas pela Troika externa (FMI/BCE/UE), e tão diligentemente postas em prática pela troika colaboracionista (PSD/CDS-PP/PS), tendo como grandes beneficiários a banca e os grandes grupos económicos, agora o Governo pretende cortar ainda mais nas funções sociais do Estado, destruindo milhares de postos de trabalho e aumentando a carga fiscal sobre o rendimento do trabalho.
Este profundo desprezo pelos direitos essenciais de quem trabalha afecta todos quantos dependem do seu posto de trabalho. Jovens e menos jovens, todos estão à mercê de práticas legislativas injustas, retrógradas e altamente prejudiciais para Portugal e para os Portugueses.
As propostas que têm vindo a ser apresentadas constituem um inegável factor de retrocesso social, de intensificação da exploração, de agravamento das injustiças e desigualdades sociais, de promoção da instabilidade na nossa sociedade, de degradação do regime democrático, em conflito aberto com os objectivos e valores inscritos na Constituição da República Portuguesa que, a toda a força, alguns querem, pura e simplesmente, deitar para o lixo.
Mas, não obstante todas estas adversidades, há que manter a firmeza e ter empenho na luta que leve à ruptura com as políticas de Direita que dominam a Região, o País e a Europa. A luta dos trabalhadores é fundamental para mudar de rumo e garantir o emprego com direitos, justiça social e salários justos.
A gravidade da ofensiva que está actualmente em curso contra os trabalhadores e as populações reclama uma resposta enérgica e combativa de todos os que se sentem atingidos por esta política. Indignação, resistência, protesto e luta – eis os factores que definem a resposta necessária e patriótica perante o caminho que PSD, CDS-PP e PS, com o apoio dos grupos económicos e financeiros, querem impor. E porque nenhum sector está imune, todos os trabalhadores devem contribuir para a luta contra as políticas que estão a destruir o País.
Na Região Autónoma da Madeira, assistimos a um cenário de desastre duplamente agravado: se, por um lado, as nefastas medidas do “Memorando de Entendimento” não são sentidas de forma menos ligeira que no Continente, estamos ainda subjugados a um criminoso “Programa de Ajustamento Económico e Financeiro”, secretamente congeminado e assinado entre o Governo Central e o Governo Regional, à revelia da Assembleia Legislativa da RAM, órgão máximo do regime autonómico regional, e das populações, que dele tomaram conhecimento já como “facto consumado”. Atacados em dose dupla, os madeirenses e portossantenses vêm a capacidade produtiva da Região regredir de forma assustadora, assistem ao brutal aumento dos números do desemprego, auferem cada vez menos rendimentos, pagam cada vez mais salários, sentem que aquilo que arduamente foi conquistado ao longo de anos e ano de lutas está a esfumar-se na figueira ateada pelos partidos colaboracionistas – PSD, CDS-PP e PS –, os mesmos que em Lisboa são e dizem uma coisa e cá na RAM já são e dizem outra, completamente diferente, como se quisessem branquear as suas acções e atitudes, tentando livrar-se da sua quota-parte de responsabilidades e culpas pela situação politica, económica e social a que chegou a Região Autónoma da Madeira.
O PCP/Madeira saúda a Greve Geral agendada para o dia 27 de Junho de 2013, que será um momento alto da expressão da insatisfação dos trabalhadores portugueses perante o rumo que PSD, CDS-PP, PS e os grupos económicos e financeiros querem dar ao País e à Região, e contra as injustiças sociais que nos querem impor.
Apelamos a todos os trabalhadores da Região Autónoma da Madeira para que adiram a esta Greve Geral, pois os madeirenses e os portossantenses são os cidadãos portugueses mais penalizados, dado que, como já referimos, são afectados não apenas pela austeridade imposta e aplicada pelo Governo da República, sob a batuta da Troika externa, mas também por todo um conjunto de medidas implementadas pelo Governo Regional, e que participem na concentração a promover pela USAM – União dos Sindicatos da Região Autónoma da Madeira, que terá lugar a partir das 11h00, na “Placa Central” no cruzamento da Avenida Arriaga com a Avenida Zarco (junto às instalações do Banco de Portugal), no centro do Funchal.
Com a participação nesta Greve Geral, afirmamos que é possível um outro rumo. Que é possível resistir e impedir a continuação deste caminho que só conduzirá a ainda mais gravosos e incomportáveis sacrifícios ao Povo, e aos trabalhadores, em particular.
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